quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

II – A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA LAPA

O PE. ÂNGELO DE SEQUEIRA E A SEGUNDA LAPA


A grandiosidade e a excelência artística da Igreja da Lapa sempre foram reconhecidas, mas recentemente esta igreja pôde ser melhor compreendida e avaliada. Um incontornável nome para se chegar a essa compreensão é o do Pe. Ângelo de Sequeira.

Antes do Pe. Ângelo de Sequeira

Em anos relativamente próximos da construção da Igreja da Lapa e em tempo do Prior Falcão, tiveram lugar em Vila do Conde algumas pregações de grande impacto, as chamadas missões. Quem disso informa é Franquelim Neiva Soares[1]:

Em 23 de Setembro de 1742 dirigiram-se do Colégio de S. Paulo, em Braga, para Vila do Conde Fr. Inácio Duarte, o Irmão Cládio Fiúza e Manuel Torres, iniciando, nesta vila, no princípio com retumbante proveito espiritual, uma missão pelas vinte e três freguesias arquidiocesanas limítrofes da Diocese do Porto, a qual se concluiu em 30 de Dezembro.

No ano seguinte, esteve em Vila do Conde, também em missão, o espanhol Pe. Pedro Calatayud (Navarra, 1 de Agosto de 1689 - Bolonha, 27 de Fevereiro de 1773), que já obtivera grande êxito no seu país. O Arcebispo mandou mais tarde traduzir os dois volumes das suas Doutrinas Práticas e fê-los distribuir por todas as paróquias da diocese nos anos de 1749 e 1750.

Quem era o Pe. Ângelo de Sequeira?

Em termos de eficácia prática, porém, a pregação do Pe. Ângelo de Sequeira terá superado a dos missionários que o precederam.
Já dissemos que a que chamamos segunda Lapa nasceu da sua pregação e dos livros deste sacerdote que era cónego da Sé de São Paulo e nascido nessa diocese em 1707[2].
Por meados do século esteve em Portugal. Aqui solicitou e obteve cartas de missionário apostólico e com elas percorreu por alguns anos as províncias do reino e parte das de Espanha, pregando a penitência e fazendo numerosas conversões. Voltou por fim ao Brasil e fundou na província de S. Paulo o Seminário de Nossa Senhora da Lapa, falecendo com opinião de grande virtude no Rio de Janeiro a 7 de Setembro de 1775.
Encontram-se em linha duas obras suas: 
Botica preciosa e thesouro precioso da Lapa, em que como em botica e thesouro se acham todos os remedios para o corpo, para a alma e para a vidaÉ uma receita da vocação dos Santos para remedio de todas as enfermidades, Lisboa, 1754; com 4 estampas.
Livro do vinde e vêde, e do sermão do dia do juizo universal, em que se chama a todos os viventes para virem e vêrem umas leves sombras do ultimo dia, o mais tremendo e rigoroso do mundo, Lisboa, 1758.

O Pe. Ângelo de Sequeira no norte de Portugal

O Prof. Francisco Ribeiro da Silva tem em linha dois trabalhos sobre a origem da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto:
“Os Primórdios da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa” (https://www.yumpu.com/pt/document/view/13678726/1-os-primordios-da-irmandade-de-nossa-senhora-da-hospital/5) e
“A Igreja da Lapa: Arte, Culto e História” (http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56891/2/ribeirodasilvaigreja000139963.pdf).
Foi neles que encontrámos a melhor síntese sobre a acção do Pe. Ângelo de Sequeira no Porto e na Diocese de Braga. Escreve o autor a certa altura, no primeiro destes trabalhos, referindo-se ao ano de 1756 ou 1757 e à campanha de pregação que o missionário brasileiro então empreendeu:

Entretanto, movido pelo desejo de espalhar pelo Reino o culto a Nossa Senhora da Lapa e talvez de angariar fundos para a construção da Igreja (da Lapa, no Porto), o Missionário pôs os pés ao caminho, dirigindo-se para Azurara, Vila do Conde, Esposende, Viana da Castelo, Ponte de Lima, Braga, Guimarães, inscrevendo grande cópia de Irmãos e juntando uma boa ajuda pecuniária que entregou na Mesa Administrativa: 1.521$170 réis! Como o Missionário se fazia acompanhar de um livro para registo dos novos irmãos e como alguns (talvez a totalidade) desses livros se encontram no Arquivo da Irmandade, mostra-se possível, se necessário, reconstituir esse périplo do Fundador e a expansão da Irmandade da Lapa pelo Norte de Portugal.

O Pe. Ângelo de Sequeira esteve assim em Vila do Conde e certamente não resistiu a visitar a Capela da Lapa[3].

A excelência da invocação de Nossa Senhora da Lapa

Na página cinco da Botica Preciosa, o Pe. Ângelo de Sequeira pronuncia-se assim sobre a importância da invocação de Nossa Senhora como Senhora da Lapa:

É Maria Santíssima a verdadeira Botica Preciosa, o verdadeiro Tesouro: tudo nos vem por suas mãos, como diz São Bernardo – omnia per manus Mariae[4]. Finalmente é um tudo para tudo – omnibus omnia facta est[5]. Ela é que nos livra de todos os perigos: Sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta![6]
E, como nas boticas se acha a variedade de remédios, vai nesta uma receita dos santos advogados para todas as enfermidades para qualquer enfermo escolher a que mais lhe agradar; e saiba que, sobre todas as receitas e vocações, é Nossa Senhora da Lapa a principal advogada para todas as enfermidades corporais e espirituais. E assim, com estilo breve, direi alguns prodígios que Ela tem obrada para afervorar a devoção dos devotos que se fizeram valer dos remédios desta Botica Preciosa da Lapa e utilizar-se deste Tesouro Precioso da Lapa.

O que conta a seguir, passado consigo e com os fiéis que em Portugal e Brasil o ouviram, é impressionante. E de facto impressionou profundamente. E por isso multiplicaram-se os locais de culto onde se veneravam imagens da Senhora da Lapa esculpidas a partir da imagem bidimensional do livro ou do seu original tridimensional.

Qual era a Lapa do Pe. Ângelo de Sequeira?

O autor não aduz qualquer justificação para a sua afirmação de que Nossa Senhora da Lapa é a principal advogada para todas as enfermidades corporais e espirituais[7] e não identifica a Lapa a que se refere: não fala em nenhuma, nem na de Sernancelhe nem da do presépio[8].
Embora as primeiras palavras da Botica Preciosa (após a dedicatória, prólogo, licenças e índice) sejam Jesus, Maria e José, ele fixa-se sobretudo na sua imagem milagrosa de Nossa Senhora da Lapa, e essa nada tem a ver com a infância de Jesus nem com Sernancelhe.

Duas saudações a Nossa Senhora

As duas belas saudações a Maria que se seguem são reproduzidas da Botica Preciosa e seriam com certeza uma parte significativa da pregação do missionário brasileiro. São saudações, mas resultam em panegírico.

Saudação a Maria
Deus vos salve, Maria, serva da Santíssima Trindade, humilíssima!
Deus vos salve, Maria, Filha do Eterno Pai, santíssima!
Deus vos salve, Maria, Esposa do Espírito Santo, amabilíssima!
Deus vos salve, Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, digníssima!
Deus vos salve, Maria, irmã dos Anjos, formosíssima!
Deus vos salve, Maria, promessa dos Profetas, gloriosíssima!
Deus vos salve, Maria, Mestra dos Evangelistas, verdadeiríssima!
Deus vos salve, Maria, Doutora dos Apóstolos, prudentíssima!
Deus vos salve, Maria, Consolação dos Mártires, fortíssima!
Deus vos salve, Maria, fonte enchente dos Confessores, suavíssima!
Deus vos salve, Maria, honra e coroa das virgens, jucundíssima!
Deus vos salve, Maria, saúde e consolação dos vivos e dos mortos, prontíssima!
Sede comigo em todas as minhas tribulações, necessidades, angústias e enfermidades e alcançai-me o perdão de meus pecados, principalmente na hora da minha morte não me falteis, piíssima e beatíssima Virgem Maria![9]

Saudação
Deus vos salve, Maria, Filha de Deus Pai!
Deus vos salve, Maria, Mãe de Deus Filho!
Deus vos salve, Maria, Esposa do Espírito Santo!
Deus vos salve, Maria, formoso templo da Divindade!
Deus vos salve, Maria, resplandecente lírio da Santíssima Trindade!
Deus vos salve, Maria, rosa agradável a toda a corte celestial!
Deus vos salve, Maria, Virgem das Virgens, Virgem poderosíssima, cheia de doçura e humildade, de que o Rei Eterno e Supremo do Céu quis nascer e ser alimentado com o vosso leite!
Deus vos salve, Maria, Rainha dos Mártires, cuja alma santíssima foi cruelmente ferida pela espada de dor!
Deus vos salve, Maria, Senhora e Mestra do mundo, a quem foi dado todo o poder assim na terra como no Céu.
Deus vos salve, Maria, Rainha do meu coração, minha Mãe, minha guia, minha doçura e toda a minha esperança!
Deus vos salve, Maria, Mãe amabilíssima!
Deus vos salve, Maria, Mãe admirabilíssima!
Maria, Cheia de graça, o Senhor é convosco!
Maria, bendita sois entre as mulheres! Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus Cristo! (…)[10]

Longa citação do Livro do Vinde e Vede

O Pe. Ângelo de Sequeira não falava só de Nossa Senhora da Lapa. A citação abaixo é recolhida do seu Livro do Vinde e Vede, que tem o longo título já reproduzido.
A partir da página 175, num processo que lembra o Gil Vicente das Barcas, imagina o pregador desculpas que darão no Juízo Final muitos e diversificados membros da Igreja. O fragmento tem também a virtude de nos mostrar um pouco do que eram os grupos sociais naquele século tão diferente do nosso e algumas das relações que entre uns e outros se estabeleciam.

Dirão os pontífices: Senhor, a Igreja e a Cristandade era muito grande e estendida. Eu tinha muitos pastores, cardeais, bispos, arcebispos em que me fiava: suspendei o braço da vossa ira.
Dirá o Anjo:
Ó pontífices, cá no Céu temos muitos dos vossos antecessores, que cuidaram mais nas suas obrigações e foram pastores vigilantes; e destes mesmos temos cá muitos santos: Sanctis millibus[11].
Dirão os cardeais: Senhor, os negócios eram muito grandes e tínhamos bons teólogos e assessores e nos fiávamos neles: suspendei o vosso castigo.
Dirá o Anjo:
Cá temos muitos dos vossos antecessores com as mesmas circunstâncias e feitos santos: Sanctis millibus.
Dirão os arcebispos e bispos: Senhor, a diocese e bispado era muito comprido e estendido, tínhamos bons vigários e curas e bons visitadores: descansámos neles: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá temos muitos dos vossos antecessores que tiveram melhor cuidado que vós e não deram benefícios por cartas de favor nem ordenaram por empenhos, e destes temos cá muitos no Céu, muitos santos com as mesmas ocupações que vós tivestes: Sanctis millibus.
Dirão os vigários, reitores, abades e curas[12]: Senhor, a freguesia era muito grande e estendida, tinha bons operários, descansámos neles: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Nunca lestes o que vos estava avisando o Concílio nestas palavras Cum certissimum sit, excusationem pastorum non admitti si lupus oves comedat et pastor nesciat[13]. Pois sabei que cá no Céu temos muitos dos vossos antecessores com as mesmas ocupações feitos grandes santos: Sanctis millibus.
Dirão os clérigos e sacerdotes seculares: Senhor, nós éramos pobres, os rendimentos pequenos, as despesas grandes: tende compaixão de nós.
E dirá o Anjo:
Vós não lestes o que já de vós dizia São João Crisóstomo, que as vossas culpas e delitos eram causa de perdição do povo: Ruina populi mei ex maxima culpa sacerdotum fuit[14]? Pois sabei que cá no Céu temos muitos clérigos e sacerdotes com as mesmas circunstâncias que vós alegais e destes temos muitos santos: Sanctis millibus.
Dirão os prelados das religiões[15]: Senhor, os conventos estavam alcançados em dívidas e disfarcei alguma coisa nos meus súbditos para se recolherem às casas de seus pais e suas mães e passarem as férias, e me fiava neles: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Vós não lestes aquelas palavras Impossibile est aliquem ex Rectoribus salvos fieri[16]? Pois sabei que cá no Céu estão muitos dos vossos antecessores que tiveram os seus conventos empenhados, mas desempenharam as suas obrigações nas vigilâncias e por isso temos cá desses muitos: Sanctis millibus.
Dirão os reis, monarcas e príncipes: Senhor, o reino era muito grande, pusemos relações, ministros, governadores, descansávamos neles: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá temos no Céu muitos dos vossos antecessores mais cuidadosos e feitos grandes santos: Sanctis millibus.
Dirão os ministros, os governadores, os militares, os letrados, os oficiais: Senhor, os negócios eram de muita suposição, as demandas eram contínuas, os despachos actuais, as portas remotas: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitos com as mesmas circunstâncias e feitos grandes santos. Sanctis millibus.
Dirão os solteiros e solteiras e donzelas: Senhor, éramos pobres e desamparados: suspendei a vossa ira[17].
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitos com essas circunstâncias feitos grandes santos: Sanctis millibus.
Dirão os casados e pais de família: Senhor, a família era grande, muitos filhos e filhas, pouco era o que trabalhava para o seu sustento: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muito pobres, pois deles é o reino dos Céus, que o souberam merecer com a sua pobreza, feitos grandes e grandes santos: Sanctis millibus.
Dirão os filhos-famílias, os criados e criadas, escravos e escravas: Senhor, os nossos pais e senhores não nos assistiam com tudo o que nos era necessário, faltaram às suas obrigações, não nos ensinaram a doutrina cristã e nem a confessar as nossas culpas: suspendei a vossa ira.
E dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitos e muitas com esse desamparo feitos grandes santos: Sanctis millibus.
Dirão os lavradores: Senhor, nós estávamos muito ocupados com as nossas lavouras e colheitas, éramos muito pobres, não tínhamos criados para nos trabalharem, as rendas que pagávamos eram exorbitantes, pouco era o tempo para o serviço.
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitos que foram lavradores com essas mesmas pobrezas e colheitas e foram santos: Sanctis millibus.
Dirão as mulheres mundanas e pecadoras públicas: Senhor, nossos pais foram muito pobres e nos deixaram ao desamparo, fomos requestadas, rejeitámos, mas cresceu tanto a necessidade que nos prendemos por mera necessidade: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitas que foram tão pobres como vós e com as mesmas necessidades e com tudo isso foram muito santas: Sanctis millibus.
Dirão os sacristães das igrejas, tesoureiros, fabriqueiros: Senhor, as igrejas eram muito pobres, não tínhamos tempo para limparmos e assearmos os altares e as vestimentas e mais ornatos da igreja: suspendei a vossa ira.
Dirá o Anjo:
Cá no Céu temos muitos que tiveram as mesmas ocupações e foram limpos, asseados e santos: Sanctis millibus.

Pelo fragmento passa quase toda a gente. Como de cada grupo há milhares de santos, também os destinatários do autor se podiam salvar.
E era isto dito não propriamente por um taumaturgo, mas por alguém cuja devoção era fonte de grandes graças e milagres. Alguém também próximo das pessoas, que se preocupava com elas. O Pe. Ângelo de Sequeira, apesar de ser cónego da Sé de São Paulo e monsenhor, assinava “Ângelo de Sequeira, pobre Missionário Apostólico”.
Pelas reacções de que nos chegou conhecimento indirecto, podemos concluir que ele foi arrebatador.

Imagens de Nossa Senhora da Lapa que copiam a do Pe. Ângelo de Sequeira

O impacto da pregação do Pe. Ângelo de Sequeira também se mede pelas muitas cópias que se fizeram da imagem de Nossa Senhora da Lapa que ele trazia consigo.
Reproduzindo-a, os artistas esculpiram muitas imagens; mantendo o essencial, usaram também de alguma liberdade. Consideremos algumas delas.
As do primeiro par são da Igreja que estamos a estudar. Na da esquerda, a Senhora é mais encorpada, predomina o ouro velho embora ocorra também o azul; a da direita, pelo contrário, tem colorido variado. Também o suporte de nuvens e os querubins são muito diferentes.
No segundo par, a da esquerda era da extinta paróquia de Santagões e a da direita é a Senhora da Lapa de Fora da Igreja da Lapa na Póvoa de Varzim. A da esquerda usa mais cor e tem muito mais volume.
A roupagem da que colocamos abaixo, da Matriz da Póvoa de Varzim, é muito colorida, sendo o vestido “estampado”; a da direita, duma capela particular de Balasar, é mais contida na cor, mas mostra mais o cabelo e o lenço foi substituído por uma espécie de echarpe (é uma imagem volumosa).

Fica claro que todas elas estão próximas do modelo: a cabeça aparece sempre coberta, o olhar é sempre dirigido para a frente, as mãos estão sempre postas, sempre com uma “capa” sobre o vestido e, por cima deste, o manto. Todas devem ter tido coroa.


Frente do original púlpito da Matriz. Foi a partir dele que pregaram os missionários de que aqui se fala.


Representação de Nossa Senhora da Lapa que se encontra na Botica Preciosa. A partir dela fizeram-se depois repetidíssimas esculturas (de facto, ela copiava uma imagem tridimensional que o autor costumava trazer consigo). O sol que a ilumina por trás da cabeça, não o podiam os escultores representar. As roupagens são abundantemente estampadas.


Página de rosto da Botica Preciosa.


Página de Rosto do livro Vinde e Vede.




Duas imagens de Nossa Senhora da Lapa da Igreja da Lapa de Vila do Conde. A da direita é pequenina e devia servir para dar a beijar.


Imagens de Nossa Senhora da Lapa respectivamente da igreja da extinta paróquia de Santagões e do exterior, voltado ao mar, da Igreja da Lapa da Póvoa de Varzim.


A imagem da esquerda devia ser a de dar a beijar na Matriz da Póvoa de Varzim; a da direita é uma imagem de grandes dimensões da Capela de Nossa Senhora da Lapa em Balasar.



[1] SOARES, Franquelim Neiva – Subsídios para a História de Santa Eulália de Balasar, in Boletim Cultural Póvoa de Varzim, vol. XV, nº 1, 1976, pp. 53-54.
Em 1741, tinha sido criada em Santa Clara a Confraria dos Santíssimos Corações de Jesus e da Virgem Maria.
[2] O Brasil, note-se, ainda demoraria muito a tornar-se independente.
[3] Não sabemos quase nada das pessoas contemporâneas do Prior Falcão que com ele ouviram entusiasmadas as palavra do Pe. Ângelo de Sequeira. Coloca-se por isso aqui esta lista retirada duma acta da câmara onde estão os nomes daquelas que então eram as pessoas mais gradas da Vila: António Carneiro de Figueiredo (homem bastante rico), Capitão-Mor Mateus Pereira da Rocha (muito abastado), José Carneiro da Costa e Magalhães, Jácome Carneiro de Sá Barbosa, Manuel Carneiro Mascarenhas, Martinho de Sá Carneiro (residia na Rua de São Bento), José Joaquim, João Pinto da Rocha, João Crisóstomo Pereira Rego e Sá, Lourenço Justiniano Amorim Pinheiro, Inácio Félix de Oliveira Carneiro, Afonso da Silva (muito rico), Dr. João Xavier Nogueira, Dr. António Pereira Medela (abastado, professor do ensino universitário), António Pereira Rego (da Rua de São Bento), Domingos José da Rocha, João Carneiro de Azevedo e Sá Barbosa (talvez da Rua do Bispo), José de Lima Carneiro Camelo Falcão (pai do Prior Falcão), Luís Carneiro de Sá Barbosa, Dr. António Luís Pereira Campos (mencionado na Escritura da Arrematação da obra da igreja), Domingos José da Rocha de Leão, Dr. João Pereira da Costa (da Rua de São Bento), Dr. Vitoriano de Sousa Guerra (abastado), Manuel Afonso de Oliveira, Manuel Carneiro de Sá Barbosa, Francisco Leite Ferreira (talvez natural da Póvoa, abastado), Francisco Abreu dos Santos, Domingos Vieira da Costa (da Rua dos Pelames).
[4] Tudo pelas mãos de Maria.
[5] Fê-La (Deus) tudo para todos.
[6] Mas livra-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita!
[7] Deve-se lembrar contudo que a devoção a Nossa Senhora da Lapa era muito popular.
[8] Mas sabe-se que havia devoção à Infância junto à Lapa do Porto.
[9] Botica Preciosa, pág. 168.
[10] Botica Preciosa, pág. 171 (texto traduzido do francês).
[11] Milhares de santos (expressão da Epístola de São Judas Tadeu).
[12] Basicamente, trata-se de párocos.
[13] Quando for bem certo, não seja admitida a desculpa dos pastores se o lobo come as ovelhas e o pastor não sabe.
[14] A ruína do meu povo foi da máxima culpa dos sacerdotes.
[15] Superiores das casas religiosas.
[16] É impossível que algum dos governantes se salve. É provável que haja erro nesta citação. Talvez fosse assim: Miror an fieri possit ut aliquis ex rectoribus sit salvus: Admiro-me que algum dos governantes se possa salvar. O autor termina aqui as considerações relativas ao clero e começa a seguir as que dirige às autoridades civis.
[17] Agora passa a considerar as camadas populares.

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